quarta-feira, 9 de março de 2011

"Quaresma é tempo de Jejuar"

A Igreja é muito prudente ao falar do jejum na Quaresma. Convida a jejuar as pessoas dos 21 aos 60 anos. Também não devem fazer jejum as pessoas obrigadas a trabalhos pesados ou algum outro motivo que possa trazer risco a sua própria vida e a dos outros.
Cada pessoa, diante de suas motivações deve discernir, seu próprio modo de jejuar, seja ele de um dia, de meio dia ou mais dias. Sabemos que própriamente a Igreja apenas nos pede o jejum de Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira Santa.
A seguir deixo falar Frei Patrício Sciadini na sua oportuna reflexão sobre este assunto:

“ As estatísticas são suficientemente claras. Enquanto muitos morrem pela boca por comer demasiadamente, muitos, em contrapartida, morrem porque não tem o que comer.
Na lógica da repartição solidária do que temos, evitando o supérfluo e tentando nos ater às calorias necessárias ao nosso organismo, poderemos tornar-nos benfeitores para muitos necessitados.
Há alguns passos a seguir antes de jejuar:

1. Convencer-se da necessidade do jejum, quer como prática religiosa, quer como medida de saúde.
2. 2. Lembrando as palavras de São Basílio: “Irmão, o alimento que você não comeu, porque jejuou, não lhe pertence mais, é dos pobres”, deve-se dar um destino ao nosso jejum. Ao eliminar as coisas supérfluas, sejam elas de caráter pessoal ou comunitário, é preciso ter claro por que, para que ou para quem se está jejuando.

3. Não querer impor que todos jejuem, mas saber respeitar cada pessoa segundo suas capacidades e moções do Espírito Santo.

4. Nunca deixar de tomar água à vontade, pois ela é extremamente necessária para o organismo, e não se incomodar por leves dores de cabeça e tonturas. Naturalmente durante o jejum deve-se evitar de dirigir e fazer trabalhos demasiadamente desgastantes.

5. Jejum não significa suspensão de atividade, nem tampouco fica dormindo o dia todo, mas manter quanto possível as atividades normais.

6. Para um jejum prolongado, de mais de três dias, é sempre bom perguntar ao médico se se está em condições de realizá-lo e ter motivações espirituais sérias.
O normal é um dia de jejum semanal, ou meio dia de jejum duas ou três vezes por semana.

7. O jejum normalmente está relacionado a “não comer” , mas pode-se pensar em outras formas de jejum, por exemplo:

1. Evitar o fumo, tanto por motivos de saúde como para ajudar os mais necessitados.
2. Deixar de ingerir bebida alcoólica ou refrigerantes, em determinados dias da semana e reverter estes valores em favor de crianças abandonadas e necessitadas de cuidados.
3. Renunciar a algo que gostamos muito, para nos purificar, e procurar fazer outras coisas necessárias no dia-a-dia.
4. Saber escolher os programas de televisão, rádio e diversão que nos ajudem a elevar o espírito e despertem os sentimentos mais nobres de nossos coração, deixando de lado tudo que alimenta nossa sensualidade.
5. Praticar o jejum da ganância, o jejum da língua que leva a fofocas, brigas, etc.”

Extraído do livro: “Jejum – o que é e como se faz”, Patrício Sciadini, p.61.



Jejua de palavas ofensivas
e transmite palavras de bondade.
Jejua do descontentmento
e enche-te de gratidão.
Jejua de exasperação
e enche-te de mansidão e de paciência.
Jejua de pessimismo
e enche-te de esperança e de optimismo.
Jejua de preocupações
e enche-te de confiança em Deus.
Jejua de andares sempre a queixar-te
e enche-te das coisas simples da vida.
Jejua das pressões exteriores
e enche-te de oração.
Jejua de julgar os outros
e descobre Deus que vive neles.
Jejua de tristeza e amargura
e enche de alegria o teu coração.
Jejua do egoísmo
e enche-te de compaixão pelos outros.
Jejua do rancor
e enche-te de atitudes de reconciliação.
Jejua das palavras
e enche-te de silêncio ao escutar os outros.

(Autor desconhecido)

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